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Pascoa Cristã ou Judaica?

PÁSCOA

Hoje, vamos falar sobre a Festa de Páscoa: a dos judeus, a dos cristãos e das demais civilizações do mundo. A Páscoa é uma das datas comemorativas mais importantes entre as culturas ocidentais e orientas. A origem desta festa remonta de muitos séculos atrás.

As origens da palavra Páscoa

Páscoa representa a passagem de um tempo de trevas para outro de luzes, isto muito antes de ser considerada uma das principais festas da religião. No latim "pascae". Na Grécia Antiga esta palavra também é encontrado como "paska". Porém entre os hebreus, e a mais importante, onde aparece com o termo "pesach", que significa "passagem".

Os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó passaram mais de quatrocentos anos escravizados no Egito, assim, D'us(YHWH) decidiu libertá-los dessa escravidão. Moisés foi o escolhido por D'us para libertar o povo, sendo então o líder do êxodo. Além das pragas no Egito que todos já sabem, assim, a décima e última praga fora lançada. D'us enviou um anjo destruidor através da terra do Egito a fim de ceifar a vida de todo primogênito: “E eu passarei pela terra do Egito esta noite e ferirei todo primogênito na terra do Egito, desde homens até aos animais; e sobre todos os deuses do Egito farei juízos. Eu sou o SENHOR”. (Ex. 12.12). Mas os israelitas também habitavam no Egito e o Senhor D'us enviou uma ordem ao seu povo. Cada família deveria tomar um cordeiro macho de um ano de idade, sem defeito, e sacrificá-lo ao entardecer do dia quatorze do mês de Abibe (o primeiro mês). As famílias menores poderiam dividir um único cordeiro. Parte do sangue do cordeiro sacrificado deveria ser passada nas ombreiras e na verga da porta de entrada de cada casa. Assim, o anjo, ao passar por aquela terra, passaria por cima daquelas casas que tivessem o sangue sobre elas. Daí o termo Páscoa, do hebreu pesach, que significa "passagem", “pular além da marca”, “passar por cima” ou “poupar”. Assim, os israelitas foram protegidos da morte através do sangue do cordeiro. É importante ressaltar que D'us ordenou o sinal de sangue não porque Ele não era capaz de identificar seu povo, mas porque queria ensinar a eles sobre a importância da obediência e da redenção pelo sangue, preparando-os para o advento do “Cordeiro de D'us”, que séculos mais tarde tiraria o pecado do mundo (“Eis o Cordeiro de D'us, que tira o pecado do mundo” Jo 1,29). (Ex. 12.14): “E este dia vos será por memória, e celebrá-lo eis por festa ao SENHOR; nas vossas gerações o celebrareis por estatuto perpétuo”.

Assim, em cada páscoa, os israelitas, com suas famílias, sacrificavam um cordeiro, retiravam de suas casas todo fermento(na Bíblia, o fermento simboliza o pecado e a corrupção). Esses pães asmos, ou ázimos (sem fermento) simbolizam a separação entre os israelitas redimidos e o Egito. Comiam com molhos de ervas amargas e contavam a história de seus ancestrais, de como viveram o êxodo na terra do Egito e a libertação da escravidão. Era dever dos pais usar a Páscoa para ensina aos filhos a verdade sobre a redenção da escravidão e do pecado que D'us efetuara em favor de seu povo e que através disso fez deles um povo especial sob seus cuidados.

Civilizações Antigas

Os historiadores encontraram informações que levam a concluir que realmente houve uma "festa de passagem" comemorada por diversos povos há milhares de anos. Estes povos festejavam a passagem do inverno para a primavera, durante o mês de março. Uma transição anunciada pelo equinócio de primavera (ou equinócio vernal)que, no hemisfério norte, ocorre entre 20 e 21 de março e, no sul, entre 22 e 23 de setembro.

Para entender o significado da Páscoa cristã, é necessário retornar ao período da Idade Média e lembrar dos antigos povos pagãos europeus que, nesta época do ano, adoravam a deusa Ostera, ou Esther (a deusa Ishtar dos povos cananeus). Para os antigos povos pagãos, Ostera é a deusa da primavera, que segura um ovo em sua mão e observa um coelho, símbolo da fertilidade, pulando ao redor de seus pés. A deusa e o ovo que carrega são símbolos da chegada de uma nova vida. Ostera equivale, na mitologia grega, à deusa Perséfone. Na mitologia romana, assume o nome de Ceres (daí a origem do termo "cereais"). Entre diversos povos da antiguidade, a fertilidade era sinônimo de preservação da espécie e melhores condições de vida, numa época onde o índice de mortalidade era altíssimo. No Egito Antigo, por exemplo, o coelho representava o nascimento e a esperança de novas vidas. Para os povos pagãos, o ovo representa o "fruto" que dá origem a vida e representa o nascimento, o renascimento e a renovação. De um modo bem simples, podemos dizer que o ovo é o símbolo da vida.

Os celtas, gregos, egípcios, fenícios, chineses e muitas outras civilizações acreditavam que o mundo havia surgido de um ovo. Em muitas das tradições antigas, este “ovo cósmico” aparece depois de um período de caos.

Na Índia, por exemplo, acredita-se que uma gansa chamada Hamsa (um espírito considerado o “sopro divino”) chocou o ovo cósmico na superfície das águas primordiais. E daí, dividido em duas partes, o ovo deu origem ao Céu e a Terra. Simbolicamente é possível ver o Céu como a parte leve do ovo, a clara, e a Terra como outra mais densa, a gema.

Mas, por que o coelho da páscoa?

Coelhos colocam ovos? Todos sabem que não. A tradição do "coelho da páscoa" foi trazida para as Américas por imigrantes alemães em meados de 1700. O coelhinho visitava as crianças, escondendo os ovos coloridos que elas teriam de encontrar na manhã de Páscoa. Não foi isso que você e eu aprendemos desde criança? Uma outra lenda conta que uma mulher pobre coloriu alguns ovos e os escondeu em um ninho para dá-los a seus filhos como presente de Páscoa. Quando as crianças descobriram o ninho, um grande coelho passou correndo. Espalhou-se então a história de que o coelho é que trouxe os ovos. A mais pura verdade, você tem duvida?

Na verdade existem várias lendas, essas são só 2 delas. No antigo Egito, o coelho simbolizava o nascimento e a nova vida, alguns povos da Antiguidade o consideravam o símbolo da Lua. É possível que o coelho tenha se tornado um símbolo pascal devido ao fato da Lua determinar a data da Páscoa em nosso calendário gregoriano. Cabe resaltar que a Páscoa judaica tem iníco com a chegada da Lua Cheia, que marca justamente o início do ano novo religioso (15 de abril). Então, se somos cristão qual é a nossa festa?

De certo, a Páscoa é uma ordenança, um estatuto perpetuo (Ex. 12.14). No Antigo Testamento, a pessach, ou Páscoa, é a refeição do cordeiro assado, dos pães asmos e das ervas amargas.

No Novo Testamento, Jesus Cristo é “sacrificado” durante a Páscoa judaica. Isso pode ser visto como uma profecia de João Batista, no Evangelho de João no capítulo 1.29, Jesus, desse modo, é considerado pelos cristãos como o Cordeiro de D´us (em latim Agnus Dei) que foi sacrificado para a salvação e a libertação de todos do pecado. Para isso, D´us teria designado sua morte exatamente no dia da Páscoa judaica para criar uma analogia entre a Antiga Aliança (a libertação dos judeus), no sangue do cordeiro sacrificado, e a Nova Aliança(a libertação do mundo), no sangue do próprio Jesus Cristo crucificado. Assim, sendo todos considerados filhos do Senhor D´us(YHWH), gentios e não gentios.

Qual o verdadeiro símbolo da Pessach (Páscoa)?

O cordeiro é o principal símbolo profético. O pão e o vinho simbolizam a vida eterna, o corpo e o sangue de Yeshua (Jesus) oferecido aos seus discípulos, conforme o capítulo 26 de Mateus, versículos 26 a 28: “Durante a refeição, Jesus tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e o deu aos discípulos, dizendo: Tomai e comei, isto é meu corpo. Tomou depois o cálice, rendeu graças e deu lho, dizendo: Bebei dele todos, porque isto é meu sangue, o sangue da Nova Aliança, derramado por muitos homens em remissão dos pecados“.

Deveríamos como cristãos festejar a verdadeira Pessach com o centro de nossa adoração em Jesus Cristo, o Messias, o Cordeiro (Yeshua), como os pães asmos (o arrependimento dos pecados) e ervas amargas (a dor da antiga escravidão). Celebraríamos a verdadeira Páscoa dentro de um contexto profético, como uma lembrança e Ação de Graças pelo amor incondicional de Yeshua (Jesus) e realizaríamos a verdadeira Comunhão com os nossos irmãos em Cristo, no mês de Aviv, ou Nissan, nos dias 15 a 22 de abril de 2014, a data da Pessach, a Páscoa.

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