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Os concílios

CONCÍLIOS PRINCIPAIS

Concílios da Igreja Universal

50 – Concílio de Jerusalém – As leis judaicas e os cristãos

325 – 1º Concílio de Niceia – Contra o arianismo, Credo, livros canônicos N.T.

381 – 1º Constantinopla – Finalização do Credo

432 – Concílio de Éfeso – Contra o nestorianismo

451 – Concílio de Calcedônia – Contra o monofisitismo e princípio da união hipostática

553 – 2º Concílio Constantinopla – Contra os nestorianos

681 – 3º Concílio Constantinopla – Contra o monotelitismo

767 – 2º Concílio de Niceia – Legaliza veneração de imagens

O primeiro concílio geral realizou-se em Nicéia (Ásia Menor) Este concílio teve autoridade de estabelecer o cânone dos livros sagrados da Escritura, excluindo, como excluiu, os livros apócrifos. Nessa ocasião o livro do Apocalipse não foi aceito, porém ele finalmente foi incluído no cânon no Novo Testamento por outro concílio, o Concílio de Cartago (África) no ano 397 d.C a Bíblia como um todo, aliás, não apresentou sempre a forma como é hoje conhecida. Vários textos chamados hoje de apócrifos, figuravam anteriormente como escrituras sagradas, em contraposição aos canônicos reconhecidos hoje pelas Igrejas ocidentais. Foi um bispo quem escolheu, no século IV (Niceia), os 27 textos do atual Novo Testamento. Em relação ao Antigo Testamento, o problema só foi definitivamente resolvido em 1546, (Trento) sendo incluídos O Livro da Sabedoria, atribuído a Salomão, o Eclesiástico ou Sirac, as Odes de Salomão, o Tobit(Livro de Tobias), os Livros dos Macabeus e outros mais, Muitos dos chamados textos apócrifos ao longo dos sucessivos concílios acabaram eliminados da Bíblia.

Concílios da Igreja Romana

867 e 1064: Cismas entre as Igrejas Romana e Ortodoxas

869 – 4º Constantinopla – A paz entre o Este e o Oeste

1123 – 1º Concílio de Latrão – Disciplina. Contra os Valdenses e Albigenses

1139 – 2º Concílio de Latrão – Idem

1179 – 3º Concílio de Latrão – Idem

1215 – 4º Concílio de Latrão – Idem

1245 – 1º Concílio de Lião

1274 – 2º Concílio de Lião

1311 – Concílio de Viena

1414 – Concílio de Constância – Fim da rivalidade entre os papas

1431 – Concílio Basileia/Ferrara/Florença/Lausana – Reforma e união com as igrejas orientais

1512 – 5º Concilio de Latrão

Concílios da Igreja Católica Romana

1517: Reforma e surgimento das Igrejas Protestantes

1545 – Concílio de Trento - (Contra-)Reforma livros canônicos vt

1870 – 1º Concílio Vaticano – Doutrina da infalibilidade papal

1962 – 2º Concílio Vaticano – Agiornamento da Igreja.

CONCÍLIO DE NICÉIA

O PRIMEIRO CONCÍLIO ECUMÊNICO DE NICÉIA

No ano de 324 era Constantino imperador Romano. A Igreja estava livre das perseguições. Mas começaram a surgir problemas dentro da própria Igreja. Em Alexandria, uma disputa teológica entre um padre chamado Ário e seu Bispo. Diz-se que O Bispo Alexandre teria feito uma afirmação e Ário, a teria discordado.

Daí nasceu um grave impasse teológico, Ário passara a afirmar que o Logos Encarnado era inferior a Deus Pai e que se o Pai gerou o Filho, então houve uma época em que o Filho não existia. Ário acreditava em Jesus Cristo como o Salvador, mas subordinava o Filho ao Pai. Enfim, negava a divindade de Jesus Cristo, pois afirmava que ele não era igual ao Pai. Desde os tempos apostólicos a Igreja combatia os que pregavam divindades subordinadas a Deus, derivadas das seitas agnósticas. Tudo isso era contra o mistério da Redenção, como há tempo fundamentara o diácono Atanásio, não teria sentido se Deus mesmo não tivesse se encarnado, se Jesus Cristo não fosse verdadeiro Deus e verdadeiro homem.

Tomando Constantino conhecimento dessa discussão herética e do perigo iminente da decisão na Igreja, promoveu a convocação de um Concílio que se realizou na cidade de Niceia da Bitínia, próxima de Constantinopla, em 325. Como ficou na história, o Concílio foi um acontecimento impressionante, um dos grandes marcos da vida da Igreja. Acorreram Bispos da Ásia Menor, Palestina, Egito, Síria, e até Bispos de fora do Império Romano, ou seja, de todos os lugares onde a Cristandade tinha se estabelecido com vigor, como a longínqua Índia e a Mesopotâmia, além de delegados da África do Norte. O Papa Silvestre, Bispo de Roma que já estava com idade avançada e impossibilitado de comparecer, enviou dois presbíteros como seus delegados. Estiveram presentes ao Concílio 320 Bispos, mais grande número de presbíteros, diáconos e leigos. Por maioria quase absoluta (apenas dois Bispos não quiseram firmar a resolução final) foi redigido o Credo de Niceia que confirmava a verdade em que a Cristandade unida, à exceção dos seguidores de Ário, sempre acreditara: Jesus Cristo, Deus Encarnado, é ponto fundamental do Cristianismo. O próprio Credo, a seguir, estabeleceria o conteúdo da fé da Igreja. Destaca-se que Eusébio de Cesareia e alguns outros pensaram em resolver a questão com uma pequena mudança de grafia na palavra essencial da definição dogmática. Em vez de declarar "homousios" (da mesma substância - consubstancial), propunham usar "homoiusios" (de substância semelhante). Mas este artifício fazia diferença essencial e a Igreja não vacilou. Igualmente, o Credo de Niceia em nada mudou a fé já confessada pelo Símbolo dos Apóstolos, tradição da Igreja Primitiva. O que está no Credo que apresentamos nesta área são apenas definições que resolveram o problema então debatido. Nele foram omitidas aquelas verdades enunciadas pelo Símbolo dos Apóstolos. Posteriormente, no Concílio de Constantinopla (ano de 381), foi redigido um Credo completo adicionando ao Símbolo dos Apóstolos as definições teológicas do Credo de Niceia. É o Símbolo Niceno Constantinopolitano, usado e cantados em Latim. É lamentável que o gosto pelas discussões tenha continuado perturbando a Igreja por muitos anos após o Concílio de Niceia. Por outro lado, é comovedor constatar – como demonstra a História – como compareceram ao Concílio, em defesa do Deus Humanado, gerações de cristãos que tinham por Ele sofrido perseguições, muitos deles com as marcas das violências sofridas. Além desse grave cisma, havia entre a Igreja do Ocidente e a Igreja do Oriente uma divergência de menos importância: a data em que cada uma celebrava a Páscoa. O assunto será resolvido também por este Concílio, que estabelecerá 20 cânones, os quais darão sequência ao Credo primeiramente apresentado.

O primeiro concílio geral realizou-se em Niceia (Ásia Menor) Este concílio teve autoridade de estabelecer o cânone dos livros sagrados da Escritura, excluindo, como excluiu, os livros apócrifos. Nessa ocasião o livro do Apocalipse não foi aceito, porém ele finalmente foi incluído no cânon no Novo Testamento por outro concílio, o Concílio de Cartago (África) no ano 397 d.C a Bíblia como um todo, aliás, não apresentou sempre a forma como é hoje conhecida. Vários textos chamados hoje de apócrifos, figuravam anteriormente como escrituras sagradas, em contraposição aos canônicos reconhecidos hoje pelas Igrejas ocidentais. Foi um bispo quem escolheu, no século IV (Niceia), os 27 textos do atual Novo Testamento.

Em relação ao Antigo Testamento, o problema só foi definitivamente resolvido em 1546, (Trento) sendo incluídos O Livro da Sabedoria, atribuído a Salomão, o Eclesiástico ou Sirac, as Odes de Salomão, livro de Tobias(o tobit), os Livros dos Macabeus e outros mais) Muitos dos chamados textos apócrifos ao longo dos sucessivos concílios acabaram eliminados da Bíblia.

O CONCÍLIO DE TRENTO

A contra Reforma

A Igreja da época costumava dizer que algumas pessoas cuja salvação era duvidosa, possuíam mais méritos porque tinham necessidade para serem salvas. Por isso, esses méritos extras poderiam ser usados para a salvação através de pagamento de indulgências (recibos de perdão de pecados passados e futuros). Martim Lutero protestou contra esta prática. No dia 31 de outubro de 1517, tornou públicas suas Teses contra a venda de indulgências. Em pouco tempo, as 95 Teses estavam espalhadas por toda a Alemanha. Em 30 de maio de 1518, Lutero enviou suas Teses ao Papa Leão X, pois estava convicto que o Papa iria apoiá-lo contra os abusos das indulgências o que não ocorreu. No dia 3 de janeiro de 1521, Lutero é oficialmente excomungado da Igreja Católica. Com este gesto desencadeou o processo da Reforma. Com isto, ficando selada a divisão religiosa na Alemanha. No parlamento os representantes exigiam a convocação de um concílio ecumênico para reformar a Igreja e a superar a divisão. O imperador Carlos V queria convocar um concílio em Trento. Mas foi convocado o concílio, em Mântua, (1536), e, em Vicenza, (1537), não chegando a reunir-se, devido ausência de participantes, havendo-se negado, os príncipes protestantes a aceitar o convite, em 1539, foi adiado o concílio. Num encontro com o papa, o imperador novamente propôs a cidade de Trento (1541) para sediar o concílio, sendo convocado pelo papa a partir de 1º de novembro de 1542, mas no verão de 1542, irrompera uma guerra entre a Alemanha e a França, e essa convocação ficaria sem efeito. Em 29 de setembro de 1543 suspendeu o papa o concílio, mas, em 30 de novembro de 1544 levantou a suspensão e estabeleceu o dia 15 de março de 1545 como termo inicial do evento. Contudo, além dos dois delegados do papa, não haviam chegado outros participantes, de fato só pôde o concílio ter início em 13 de dezembro de 1545. Haviam, desta vez, comparecido 4 arcebispos, 21 bispos e 5 superiores gerais de ordens religiosas. No princípio do verão, subiu esse número para 66 participantes, dos quais um terço era constituída de italianos.

O primeiro período de sessões durou de 13 de dezembro de 1545 a 2 de junho de 1547. Contra a vontade do imperador, pretendia-se tratar de questões de fé e de reforma simultaneamente. Na quarta sessão foi deliberado a respeito do decreto sobre as fontes da fé. Na quinta sessão, expediu-se o decreto sobre o pecado original e, na sexta sessão, o decreto sobre a justificação. Tal decreto fora objeto de cuidado especial, tornando-se assim o decreto dogmático mais significativo do concílio. Também os projetos de reforma foram tratados nesse período de sessões, assim como o dever de residência dos bispos. Além disso, foram discutidos a doutrina geral sobre os sacramentos e os sacramentos do batismo e da confirmação. Em princípios de 1547, transferiu-se o concílio para Bolonha, porquanto em Trento irrompera um surto de tifo. Por certo, tinha o papa mais um outro motivo para a transferência: queria distanciar o concílio da área de dominação do imperador. Paulo confirmou, por isso, em 11 de março de 1547, a decisão de transferência do concílio, tomada pela maioria de dois terços. O imperador exigiu a volta para Trento, sobretudo porque, a seu ver, os protestantes certamente se recusariam a vir para uma cidade como Bolonha, situada no Estado Pontifício. O papa negou o atendimento à exigência imperial, alegando que competia ao concílio decidir sobre a sua transferência, o qual tomara tal decisão. Em Bolonha levara o concílio adiante as deliberações acerca da eucaristia, penitência, unção dos enfermos, ordem e matrimônio. Ademais disso, foi debatida a doutrina sobre o sacrifício da missa, o purgatório e as indulgências. Em 13 de setembro de 1549, suspendeu o papa o concílio. Morreu em 10 de novembro de 1549. Seu sucessor, Júlio III (1550-1555), transferiu o concílio novamente para Trento, onde foi reaberto solenemente em 1º de maio de 1551. Em fins de 1551 e princípios de 1552, apareceram no concílio enviados de estados imperiais protestantes. Sua exigência no sentido de que todos os pronunciamentos até então feitos pelo concílio sobre a fé deveriam ser anulados, dificilmente seriam exequíveis. Foram publicados os decretos sobre os sacramentos, que haviam sido objeto de estudo em Bolonha, além dos decretos da reforma da gestão dos bispos e da conduta de vida dos clérigos. Motivos políticos levaram, em 28 de abril de 1552, a nova suspensão do concílio, que somente em 1562 foi reaberto. Entrementes faleceram, no entanto, além de Júlio III, também os seus sucessores, Marcelo II e Paulo IV. Pio IV (1559-1565), finalmente, deu prosseguimento ao concílio. A abertura, efetuada em 18 de janeiro de 1562, contou com a presença de 109 cardeais e bispos. Em 11 de março, foi discutido o dever de residência dos bispos, o que levou à manifestação de opiniões divergentes e a uma interrupção maior do concílio, até que o papa, em 11 de maio, proibiu o debate sobre o referido tema. Concomitantemente àquelas medidas, foram expedidos decretos sobre os demais sacramentos e emitidos também decretos de reforma, entre outros, os concernentes à rejeição de exigências de abolição do celibato. A vigésima segunda sessão, de 17 de setembro de 1562, ocupou-se com males existentes nas dioceses. Com o renovado pronunciamento sobre o dever de residência dos bispos, a exaltação dos ânimos reveladas nas contestações chegou ao ponto de se temer a dispersão do concílio. A controvérsia trouxe à baila mais uma vez as relações entre o papa e o concílio. Contudo, o novo presidente do concílio, Monrone, conseguiu salvar a situação, obtendo a aceitação de um compromisso relativamente aos pontos controvertidos: foi apenas rejeitada a doutrina protestante acerca das funções do bispo. Nessa mesma sessão, foi também declarada vinculativa a obrigação dos bispos de estabelecerem em suas dioceses seminários para a formação de sacerdotes. Na vigésima quarta sessão, promulgou o concílio diversos decreto de reforma e concluiu, na sessão final de 3 e 4 de dezembro de 1563, os decretos sobre o purgatório, as indulgências e a veneração dos santos. Várias reformas haviam ficado inconcluídos, entre as quais, sobretudo, as do missal e do breviário e, ainda, a da edição de um catecismo geral. Essas tarefas foram cometidas, pelos padres conciliares, ao papa. Em 26 de janeiro de 1564, homologou o papa os decretos conciliares. Uma coletânea das decisões dogmáticas, a profissão de fé tridentina, foi pelo papa tornada de uso obrigatório para todos os bispos, superiores de ordens religiosas e doutores. O concílio não conseguiu cumprir a tarefa que lhe fora inculcada pelo imperador, no sentido de restabelecer a unidade na fé. No entanto, delineou claramente a concepção de fé católica frente a Reforma. Pio IV morreu em 9 de dezembro de 1965. Seu sucessor, Pio V, divulgou o catecismo estatuído pelo concílio (1566), bem como o breviário reformado (1568) e o novo missal (1570). As profundas modificações surgidas na Igreja Católica, foram, sem dúvidas provocadas diante do surgimento e expansão do protestantismo. A reação católica, vulgarmente denominada “contrarreforma”, foi orientada pelos Papas Paulo III, Júlio III, Paulo IV, Pio V, Gregório XIII e Sisto V. Além da reorganização de muitas comunidades religiosas novas ordens foram fundadas, dentre as quais a Companhia de Jesus, ou Ordem dos Jesuítas, cujo fundador foi Inácio de Loyola, que foi um batalhador da causa católica num dos momentos mais críticos da Igreja, isto é, durante a expansão luterana. O Concílio de Trento foi convocado pelo Papa Paulo III, a fim de estreitar a união da Igreja e reprimir os abusos, isso em 1546, na cidade de Trento, no Tirol italiano. No Concílio tridentino os teólogos mais famosos da época elaboraram os decretos, que depois foram discutidos pelos bispos em sessões privadas. Interrompido várias vezes, o concílio durou 18 anos e seu trabalho somente terminou em 1562, quando suas decisões foram solenemente promulgadas em sessão pública. Todo o corpo das doutrinas católicas havia sido discutido à luz das críticas dos protestantes. O Concílio de Trento condenou a doutrina protestante da justificação pela fé, proibiu a intervenção dos príncipes nos negócios eclesiásticos e a acumulação de benefícios. Definiu o pecado original e declarou, como texto bíblico autêntico, a tradução de São Jerônimo, denominada “vulgata”(com inclusão de livros“apócrifos” que foram retirados em Nicéia). Manteve os sete sacramentos, o celibato clerical e a indissolubilidade do matrimônio, o culto dos santos e das relíquias, a doutrina do purgatório e as indulgências e recomendou a criação de escolas para a preparação dos que quisessem ingressar no clero, denominadas seminários. No Concílio de Trento, ao contrário dos anteriores, ficou estabelecida a supremacia dos Papas. Assim é que foi pedido a Pio IV que ratificasse as suas decisões. Os primeiros países que aceitaram incondicionalmente as resoluções tridentinas foram Portugal, Espanha, Polônia e os Estados italianos. A França, agitada pelas lutas entre católicos e protestantes, demorou mais de meio século para aceitar oficialmente as normas e dogmas estatuídos pelo concílio, sendo mesmo o último país europeu a fazê-lo.

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